quinta-feira, 5 de setembro de 2013



Basta olhar para a evolução da energia eólica no Brasil para ver a velocidade com que as fontes de energia renováveis estão avançando. Em 2005, eram produzidos apenas 2,7 megawatts. Mas, já no fim de 2012, as turbinas instaladas no Brasil aproveitavam o vento para produzir 2 500 megawatts. A tendência de buscar energias limpas é mundial. A capacidade de geração de energia solar no mundo, que demorou décadas até ser viável comercialmente, aumentou 900% nos últimos cinco anos.

O melhor exemplo vem da China, que investe pesadamente para tentar se livrar da dependência de combustíveis mais poluentes, como o carvão. Lá o mercado de energia limpa chegou a 65 bilhões de dólares em 2012, um quarto dos investimentos totais do mundo. A meta da Associação das Indústrias de Energia Renovável da China é que o país chegue a 100 000 megawatts de energia eólica conectada à rede em 2015.

No Brasil, leilões em 2011 e no mês passado garantiram que até o fim de 2014 pelo menos 100 novos parques eólicos sejam construídos. Para continuar ganhando força, no Brasil e no mundo, a produção de energia limpa pode usar algum tipo de subsídio do governo na produção. Segundo a Agência Internacional de Energia, 775 bilhões de dólares são gastos todo ano com subsídios à indústria do petróleo, valor 12 vezes maior que os investimentos para a implementação de energias limpas, como solar, eólica e geotérmica.

Não apenas com subsídios diretos, mas também por meio de legislação, o governo pode impulsionar o mercado de energias renováveis. A autoprodução (onde grandes indústrias geram a própria energia) mais que dobrou na última década. Para assegurar que as indústrias usem não apenas motores a diesel ou carvão para alimentar as máquinas, uma lei de 2004 prevê benefícios a quem adotar geradores de biocombustíveis ou pequenas hidrelétricas.

No caso da energia solar, em vez de grandes complexos, alguns países têm apostado no incentivo à produção individual: na Alemanha, o governo iniciou este ano um programa onde paga uma parte das baterias de armazenamento. Aqui no Brasil, uma resolução de 2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) garante créditos para as casas que venderem o excedente de energia produzido pelas células fotovoltaicas. Quando o morador produz mais do que consome, a eletricidade devolvida à rede garante abatimentos que podem ser usados ou na própria residência ou em outro local, como um escritório. Com isso, o investimento em um painel solar – entre 10 000 e 20 000 reais para uma casa média – poderá ser recuperado. No site do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), há um simulador em que é possível saber o consumo e o custo de um painel solar para abastecer a residência. Governo, empresas e pessoas podem fazer a sua parte para produzir energia mais limpa.

Fonte: Exame

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