Estudos desenvolvidos
anteriormente mostraram que o ácido valpróico – um medicamento
utilizado no tratamento de epilepsia – permitiu que ratos adultos
desenvolvessem hábitos que não costumam ocorrer após a infância.
Takao Hensch, que é
pesquisador da Universidade de Harvard, e sua equipe resolveram
testar a substância em um grupo de adultos sem qualquer conhecimento
musical. Os voluntários foram divididos em dois grupos – um que
ingeriu o ácido valpróico e outro que recebeu um placebo – e
ambos fizeram uma série de exercícios musicais online durante duas
semanas.
Ao final desse período,
os cientistas notaram que o reconhecimento das notas musicais foi
mais acentuado no grupo que ingeriu o medicamento, o que mostra que a
droga é capaz de reestabelecer a plasticidade do cérebro que é
naturalmente perdida após a infância.
Dr. Hensch ressalta que
os benefícios da substância podem ir além da música e representar
um grande avanço na aprendizagem: “Existem muitos exemplos de
tipos de desenvolvimentos do período crítico, e a linguagem é o
mais óbvio deles. Então a ideia aqui era: podemos descobrir uma
maneira de reabrir a plasticidade do cérebro e, com o treinamento
apropriado, permitir que os adultos se tornem jovens novamente?”,
questiona o pesquisador.
Embora pareça que uma
simples pílula possa ajudar a desenvolver todas as habilidades que
foram esquecidas desde a infância, o cientista ressalta que os
próximos passos da pesquisa precisam ser cautelosos.
“Se formamos nossas
identidades através do desenvolvimento, através de um período
crítico, e combinamos nosso cérebro com o meio em que somos
criados, adquirindo linguagem, cultura, identidade, então se
apagarmos isso ao reabrir o período crítico, também corremos um
risco”, explica Hensch.
Fonte: Mega Curioso
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