Imagem: DM
Trabalhadores da indústria das regiões Nordeste,
Centro-Oeste e Norte estão indignados! Ontem (15), em Brasília, realizaram uma
marcha pacífica contra mudanças nas alíquotas interestaduais do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
A manifestação foi organizada pela Associação Brasileira
Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial) e pela Federação dos
Trabalhadores na Indústria dos Estados do Goiás, Tocantins e Distrito Federal
(Ftieg). Além dos trabalhadores, o protesto contou com a presença de
representantes sindicais, prefeitos e associações de municípios das regiões
participantes.
O governo federal discute com os estados mudanças
significativas no recolhimento do ICMS, visando acabar com a guerra fiscal e
aumentar a arrecadação de impostos. Na proposta original, todas as alíquotas
alcançariam gradativamente 4%, com exceção da Zona Franca de Manaus, do gás
natural de Mato Grosso do Sul e dos produtos industrializados do Norte,
Nordeste, Centro-Oeste e do Espírito Santo.
Segundo o presidente da Adial, José Alves Filho, os estados
signatários do protesto alegam que sem os incentivos fiscais não conseguiriam
atrair novas indústrias, nem manter as que já estão instaladas e produzindo.
Ele destacou que os estados não podem “abrir mão” dessa receita. “Essa redução
de faturamento pode causar o fechamento de dezenas de indústrias. Queremos que
a presidenta [Dilma Rousseff] busque organizar a prática de incentivo fiscal e
não que acabe com ela”, disse.
Pelo texto aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado, ficaram estabelecidas três alíquotas para o ICMS a serem aplicadas em
operações interestaduais. Os estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
e o Espírito Santo passarão a adotar a alíquota única de 7%, nas relações de
comércio e serviço com outros estados. Os do Sul e do Sudeste, exceto o
Espírito Santo, aplicarão alíquota única de 4%. Os produtos da Zona Franca de
Manaus e das áreas de livre comércio serão repassados aos demais estados com
alíquota de 12%. Atualmente, as alíquotas usadas são 7% e 12%, a depender do
estado.
O presidente da Adial destacou ainda os impactos que o
fechamento de indústrias pode provocar nos estados afetados. “Quando não se tem
preço, não se vende. A perda de receita será total. Estamos falando do
fechamento das indústrias que empregam dois milhões de trabalhadores que estão
com seus empregos ameaçados”.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 2 mil pessoas
participaram da manifestação. Os organizadores convidaram 20 mil pessoas o
evento.
Fonte: Exame
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